Tendo por objetivo colocar Portugal na linha da frente dos países mais preparados para enfrentar os desafios e mudanças inerentes a uma transição digital global, foi aprovado o Plano de Ação para a Transição Digital (PTD), através da Resolução do Conselho de Ministros nº 30/2020, de 21 de abril. Para a sua concretização na Educação, na área estratégica de Educação Digital, está em execução um Programa de Digitalização para as Escolas. A capacitação dos docentes tem neste processo um papel determinante no alicerçar da integração transversal das tecnologias de informação e comunicação e de todas as ferramentas digitais nas suas práticas profissionais e pedagógicas.
O CFVM propôs um Plano de Formação para a Capacitação Digital de Docentes, com início em 2021 e final em dezembro de 2023. Em maio de 2022, foi realizado uma avaliação intermédia da execução do Plano do Capacitação Digital de Docente. Nessa altura, a taxa de conclusão das oficinas de formação de níveis 1, 2, e 3, no CFVM, era de cerca de 70%, taxa esta só ultrapassada na Região Norte pela do CFAE de Vila Real (gráfico 1).
Se além das oficinas de níveis 1, 2 e 3 concluídas, considerássemos também as oficinas já iniciadas nessa altura, então a taxa de execução subia para 94%, a melhor de toda a região norte (gráfico 2).
A taxa de desistência situava-se em 3,44%. Não sendo das melhores, parece ser um valor aceitável, dado o panorama geral dos centros de formação da Região Norte. (gráfico 3).
Além da capacitação digital, foi ainda proposta formação através de cursos com reconhecimento na dimensão científica e pedagógica que deriva da conjugação do que está definido no Plano Digital com as necessidades diagnosticadas junto dos Agrupamentos de Escolas associadas ao CFVM.
Apesar de algum desânimo que por vezes se possa sentir, o balanço parece ser francamente positivo e alinhado com o planeamento realizado pelo CFVM, em candidatura, ao POCH.
Neste balanço intermédio de execução do Plano de Capacitação Digital de Docentes (Jan/2021 a Mai/2022) foram apontados alguns constrangimentos, dos se destacam os seguintes:
- Resultado do check-in, que nem sempre corresponde ao nível de proficiência revelado pelo docente nas oficinas de capacitação.
- A dificuldade com o horário da formação para ser enquadrado no dia de trabalho do professor sem o sobrecarregar.
- O cansaço crescente dos formadores, pelo overload que se começa a sentir, após mais de um ano de formação em regime quase contínuo.
- A obsolescência dos equipamentos informáticos das escolas e das respetivas ligações à internet, que interfere constantemente com o decorrer das sessões e condiciona a aplicação pedagógica no decurso das aulas.
- O desfasamento temporal entre o apetrechamento das escolas e o esforço formativo a decorrer no âmbito do PTD.
Além dos constrangimentos, destacamos algumas das oportunidades valorizadas pelos CFAE:
- O entusiasmo e disponibilidade da grande maioria dos professores relativamente à capacitação digital.
- A produção de conhecimento e partilha de práticas entre professores e formadores.
- O apoio das redes de colaboração e partilha dos formadores no âmbito do PTD.
- O apoio determinante e essencial dos Embaixadores Digitais nos CFAE, sem os quais nunca teria sido possível alcançarmos os resultados apresentados.